domingo, 26 de abril de 2009

Barros, Manoel de

Ocupo muito de mim com o meu desconhecer.
Sou um sujeito letrado em dicionários.
Não tenho que 100 palavras.
Pelo menos uma vez por dia me vou no Morais
ou no Viterbo
A fim de consertar a minha ignorãça,
mas só acrescenta.
Despesas para minha erudição tiro nos almanaques:
Ser ou não ser, eis a questão.
Ou na porta dos cemitérios:
Lembra que és pó e que ao pó tu voltarás.
Ou no verso das folhinhas:
Conhece-te a ti mesmo.
Ou na boca do povinho:
Coisa que não acaba no mundo é gente besta
e pau seco.
Etc.
Etc.
Etc.
Maior que o infinito é a encomenda.

Um comentário:

Paulo disse...

Clap! Clap! Clap! O cara é o cara...

Nao lembro onde foi que li isso, nem quem foi que escreveu, mas achei interessante: dizia pra nao se escrever mais da metade da quantidade em que se lê. Cá do meu lado, só tenho lido música, lista de supermercado... e Thomas Mann em alemao (por que charlar é bom! hehehe)!! :-)