sábado, 13 de novembro de 2010

O tom era (é) verdadeiro, a energia, a beleza, o amor, aquela ânsia de dar meu excesso eram (são) verdadeiros.
Dá pra sossegar o coração?

sábado, 12 de dezembro de 2009

Prado, Adélia

(...)
Eu sempre sonho que uma coisa gera, nunca nada está
morto.

O que não parece vivo, aduba. O que parece estático,
espera.




sábado, 17 de outubro de 2009

milagrando

"Mãos"

O mundo tem gosto duvidoso, Maria,
impossível, em uma vida, aprender a ser-se bom.
O mundo tem solo variado, Maria,
quando enfim sejamos grandes - oh desejo pueril -
qual chão nos suportaria:
é a grandeza que primeiro atola
num passo em falso, em terra acre...
Certo é amiudar as mãos com labor e paciência
até alcançar sua dureza nuclear, sua delicadeza fina.
Certo é amiudar-nos com labor e paciência
para em silêncio acolher - sem ferir -
o milagre, Maria, o milagre.


(Raiça Bomfim)

domingo, 23 de agosto de 2009

daqui, só pulsa:
meu coração em alerta

domingo, 12 de julho de 2009

Hoje eu fui a um lugar onde não existia pressa. Nada dessas coisas que se importam com a demora chegavam de visita. A minha vontade ficava somente naquele espaço todo de água com luzes abrindo caminhos bem dourados: o mar parou. Foi então que eu vi como eu também não tinha pressa, não sentia pressa alguma. Nunca fui daquelas pessoas que estão constantemente em atividade de busca, em corredores e passarelas. Gosto daquilo que vem ao meu encontro sem precisar sofreguidão e velocidade. Acho bom descobrir lençóis com calma. Minhas mãos e o que havia de gelado nelas, bem como na minha vista, ficaram tão livres. Tudo aquilo que eu carregava no corpo havia ficado em seus lugares e eu levara somente alívio. Bagagem não pisava naquele chão.
No meio disso tudo, eu sorri — e era tão bom...

segunda-feira, 6 de julho de 2009

let there be

É que seria tão bom
se pudéssemos,
ao menos na maioria
das vezes,
existir como amor-antídoto.

domingo, 28 de junho de 2009

a casa é grande

Eu agradeço tanto a essa descontinuidade da vida. Em mim, ela sempre rebenta em coisinhas preciosas. Desta última vez, eu vi bem através e não consigo segurar, não consigo deixar guardado para que eu só eu perceba - vontade de que todo mundo veja comigo. São as sucessões, os desfazeres, os refazeres e aqueles traçados bem lindos de todos os passarinhos que por mim passeiam. Para vocês, passarinhos, eu recordo umas palavrinhas:
E é prá chegar
sabendo que a gente tem
o sol na mão
e o brilho das pessoas
é bem maior,
irá iluminar nossas manhãs...