quarta-feira, 12 de setembro de 2007


Faço,
no peito aberto,
uma cama de palavras
pra você dormir.
Coloco-as lado a lado,
numa colcha de retalhos.
Vão te abrigar dos ventos:
suaves para dias de chuva,
doces para horas de amargura,
duras para desfolhar dores...
As que mais gosto
sussurram nos teus sonhos
aquilo que não sei dizer.
Em mim o que é estranho, reza.
O que sangra, cura.




(Margarida Serrão)

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