terça-feira, 18 de setembro de 2007

‘De que importa o sentido
se tudo vibra?’

quarta-feira, 12 de setembro de 2007


Faço,
no peito aberto,
uma cama de palavras
pra você dormir.
Coloco-as lado a lado,
numa colcha de retalhos.
Vão te abrigar dos ventos:
suaves para dias de chuva,
doces para horas de amargura,
duras para desfolhar dores...
As que mais gosto
sussurram nos teus sonhos
aquilo que não sei dizer.
Em mim o que é estranho, reza.
O que sangra, cura.




(Margarida Serrão)

sábado, 8 de setembro de 2007

Se eu acreditasse em predestinação, certamente afirmaria que o meu destino inexorável é favoravelmente moldado às minhas volubilidades constantes. Eu gosto do disposto. Posto, reposto, oposto, deposto. Para começar tudo de novo sob enlevo diferente. Fico absorta na tentativa de conseguir apalpar um entusiasmo cheio de espanto, que vai saindo por detrás dos meus pensamentos perdidos em algum lugar desconhecido.
Estou disposta. Melhor: estou sempre disposta - ainda bem.

sábado, 1 de setembro de 2007

O meu inconsciente talvez queira que eu perceba, de maneira tão confusa, o que devo perceber. Então eu simplesmente resolvi pegar tudo, colher tudo, amontoar e jogar numa caixinha não tão espaçosa, porém aconchegante. Talvez o aconchego das minhas coisas me traga o sossego de que eu preciso. Está tudo lá, numa caixinha posta no canto esquerdo, para que ao menos agora eu me sinta anestesiada e prosseguindo.
Eu não sei, eu não sei mais; estou com medo.

E agora, José?